Monologo Passivo
Não me deixe aqui: no frio e só
faça-me esquecer da terrível condição de pó
antes que me jogue deste meu imenso penhasco
antes que eu me entregue ao meu próprio asco
Eu voltei: sem ti nem são eu sou
como barco sem vela, não sei onde vou
estou nas áreas mais remotas da terra
onde a luz branca, quente do sol se encerra
onde a mais fria temperatura, o breu impera
Não minta, querida, tudo bem
podes me contar toda tua verdade
não sintas medo de me machucar
Sou de outras sombras, um refém
mas ainda te tenho a lealdade
onde quer que tu possas estar
Amo-te com um amor
que chega a superar meu amor-próprio
bebo do teu corpo e não me acho sóbrio
Até estancar toda esta minha dor!
Só acho a felicidades nos teus braços
quero passar a vida fazendo, refazendo traços
Ficar velho em tua presença é uma dádiva
As células continuam dentro da vida ativa
Quando chegar aquele maldito dia
Que pelos confrontos das eternas melancolias
Você, por força maior, se resumir a um vulto
Quero que tenhas uma passagem sem tumultos
Faço tua reza e intervenção para passardes ao outro lado
Só por favor lembre-se de mim quando já estiver chegado
Como queria eu compartilhar deste teu Nirvana
Entre a calmaria em que o lado supra-astral plana
Ver teu sorriso brincando entre os lindos pastos de uma Pasargada
Apenas lembre-se sempre, querida, a tua alma minha psiquê guarda