Monologo Passivo

Não me deixe aqui: no frio e só

faça-me esquecer da terrível condição de pó

antes que me jogue deste meu imenso penhasco

antes que eu me entregue ao meu próprio asco

Eu voltei: sem ti nem são eu sou

como barco sem vela, não sei onde vou

estou nas áreas mais remotas da terra

onde a luz branca, quente do sol se encerra

onde a mais fria temperatura, o breu impera

Não minta, querida, tudo bem

podes me contar toda tua verdade

não sintas medo de me machucar

Sou de outras sombras, um refém

mas ainda te tenho a lealdade

onde quer que tu possas estar

Amo-te com um amor

que chega a superar meu amor-próprio

bebo do teu corpo e não me acho sóbrio

Até estancar toda esta minha dor!

Só acho a felicidades nos teus braços

quero passar a vida fazendo, refazendo traços

Ficar velho em tua presença é uma dádiva

As células continuam dentro da vida ativa

Quando chegar aquele maldito dia

Que pelos confrontos das eternas melancolias

Você, por força maior, se resumir a um vulto

Quero que tenhas uma passagem sem tumultos

Faço tua reza e intervenção para passardes ao outro lado

Só por favor lembre-se de mim quando já estiver chegado

Como queria eu compartilhar deste teu Nirvana

Entre a calmaria em que o lado supra-astral plana

Ver teu sorriso brincando entre os lindos pastos de uma Pasargada

Apenas lembre-se sempre, querida, a tua alma minha psiquê guarda

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 04/11/2010
Reeditado em 07/11/2011
Código do texto: T2596896
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