Amores

Amores de toda sorte:

efêmeros,

duráveis.

Amores que desabrocham,

outros,

impenetráveis.

Amores de velha idade,

senis,

impraticáveis;

outros,

cheios de viço,

transpira

vitalidade.

Amores feitos de aço,

firmes,

inquebrantáveis;

alguns cheios de posse,

sem ar,

só embaraços.

Amores em desventura

sofríveis,

trágicos;

outros,

ilícitos,

predestinados,

cármicos.

Amores gigantes,

fortes,

indispensáveis;

outros,

inocentes,

esvoaçantes,

frágeis.

Amores que enloquecem

sangram,

atormentados;

outros,

doce luz,

arco-íris

em céu nublado.

Amores de mãos jardineiras

cuidadosos,

essenciais;

outros,

de mãos sangrentas,

tresloucados,

passionais.

Amores que vêm e vão

feito ondas

no quebra-mar.

Alguns ficam,

fossilizam;

outros,

não cansam de esperar.

Amores de toda sorte

tortuosos,

belos,

inesquecíveis.

Quem não os têm durante a vida,

reais,

platônicos

ou impossíveis?

Amores...

Suzana Duraes
Enviado por Suzana Duraes em 04/11/2010
Reeditado em 14/03/2017
Código do texto: T2596547
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