NOSTALGIA
A alma desgarrada
circula doidamente
por onde o foge o rio
por onde dorme o dia
na nostalgia presente.
No ocre do caminho
a rosa inquieta jaz.
Cores desconhecidas
calma desvalida
andrógino frio mordaz.
Teias de aranha no teto
cobrem o baço caminho
por onde o sono lateja
por onde transpiram, gotejam
lágrimas, sangue e vinho.
Todo o suor derramado
desce , espesso e quente
por onde a esperança some
por onde a boca da noite
mastiga a sede e a fome.
Marilia Abduani