NOSTALGIA

A alma desgarrada

circula doidamente

por onde o foge o rio

por onde dorme o dia

na nostalgia presente.

No ocre do caminho

a rosa inquieta jaz.

Cores desconhecidas

calma desvalida

andrógino frio mordaz.

Teias de aranha no teto

cobrem o baço caminho

por onde o sono lateja

por onde transpiram, gotejam

lágrimas, sangue e vinho.

Todo o suor derramado

desce , espesso e quente

por onde a esperança some

por onde a boca da noite

mastiga a sede e a fome.

Marilia Abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 03/11/2010
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