Faço verso; e os faço miúdo,
Não que eu não, os queira graúdo;
Na verdade, me contento com o profundo,
Que nestes versos miúdos possa haver de Fecundo!
Diletante? Não! Sou um mero amante do mundo,
Olho a montanha, mas, me agrada olhar o seixo rotundo,
Que velho; aguarda seus dias, de útil mourejado,
Retentor das águas, que minam do alto do encabeçado:
Sou este seixo; eixo das águas girando
Em torno de mim mesmo, aguardando e rimando;
Versos miúdos, pequeno afazer, aninhado
Em estrofes enclausuradas, feito eu mesmo; adornado
Pelo sereno, molhado pelo pleonasmo do verso dotado
Faço versos, como quem vive ensismemado!