Persuasão/Tarde de outros tempos de paz (Soneto)
Corra, minha menina, soam as trombetas
E nossas núpcias, já ao sol, começaram já
E você, hoje, nem toda a semana, teve-me
Então, talvez hoje, poderemos nos amar.
Olha, senhorita, o que fizeste de bom a mim?
Sei que em nada me agradaste, por isso
Toda a dor que sentes, posso usar contra você,
Mas, não farei, pois assim verás minha bondade
Bondade? Como que se nada tenho nesta parte!
Mas, a tua ciência me faz despertar esta arte
Já que tu, artista, elabora as minhas idéias
Fá-mas convencer que você precisa de mim.
Tarde de outros tempos de paz
É tarde agora a madrugada de outros tempos
Onde brincávamos de roda, de cantar e de dança
Com a lua nossa amiga, e o ar sem tormentos
Não tínhamos tudo, mas tínhamos nosso sorriso de criança
Era horror, oh menininha ver-te namorar
Era feliz a ver-te de saia a rodar, a rodar...
Eu me lembro de outros tempos onde nosso dia se ia pela madrugada
Nossa estrada de terra pra nostalgia sem fim, Esburacada
Mas olha beijo doce, ainda me lembro bem de você
Não tínhamos cabeça pra matar, nem tínhamos vontade de morrer
(Só de amores, e eu morri, muitas vezes, e mais se preciso for, ai ai não perdoa ninguém este moço amor...) Matava minha sede, depois que de fruta me saciava
Oh, dança beijo doce, canta, canta nossa canção
Brindo de boneca se tu me prometeres teu coração
Bobo sou como dissera, Louco menino como tu falara.