A alma gêmea de um poeta
As madrugadas prostraram-se indignas
E as águas contemplaram a aurora
Do nascimento das meras páginas
Onde da poesia nascia o poeta sem honra
E dos amores as mais belas almas secas
Que se afogavam no sepulcro onde morrem
E partem vazias às avessas
Do que é ser metade nada, metade homem.
Ao nascer o sol em canções da alma
Fui assim levado a você e me entreguei:
As poesias se calavam mergulhadas em calma
Meus demônios eram aquilo que amei
E hoje não os temo em teu frio oceano
Pois ser teu homem foi teu querer
Quando procuravas tua alma no inverno
Como aquilo que sempre quises-te ter.