O que resta…?
Ou restará em mim
Dentro de ti
Quando o tempo mostrar
Que esta distância
É uma forma de eu dizer
“Adeus”
É uma forma
Difusa
De separação
Que antes de acontecer
Eu julgava-me
Ir fazer mal
Mas afinal faz bem
Ao meu coração…
O que resta…?
Das palavras
Ditas
Que uma a uma
Foram uma espécie de escrita
Que lentamente
Sem darmos por isso
Se transformou
Não num livro
Mas em vários
Para descobrir
Que apesar de amar tanto as palavras
Desses livros
Eu não preciso…
O que resta…?
Das promessas
Que te fiz
Em sentido único
E que por motivos que desconhecerei
Para sempre
Nunca subscreveste
Tal
Mergulhando os dois
Não na alegria que ambos amamos
Mas numa espécie de trevas…
O que resta afinal…?
Talvez eu afinal saiba responder
Porque olhando para trás
Reparo que quando estava na escuridão
Comigo
Juntos
Não te conseguia ver
Via apenas quando estavas onde te apetecia estar
Que nunca estavas
Quando realmente
Eu de ti precisava
E é assim
Que esta história
A que nunca colocarei
Um ponto final
(porque nunca o faço em relação a nada…)
Esta história
Mais do que um Ideal
Julgado por mim
Em tempos
Até há poucos idos
Se calhar
É muito menos do que isso
É
Algo
Que me amarga a boca
Algo
De banal
Porque quando necessitava
Realmente
Realmente
Nunca estavas
Ou soubeste estar comigo…