O que resta…?

Ou restará em mim

Dentro de ti

Quando o tempo mostrar

Que esta distância

É uma forma de eu dizer

“Adeus”

É uma forma

Difusa

De separação

Que antes de acontecer

Eu julgava-me

Ir fazer mal

Mas afinal faz bem

Ao meu coração…

O que resta…?

Das palavras

Ditas

Que uma a uma

Foram uma espécie de escrita

Que lentamente

Sem darmos por isso

Se transformou

Não num livro

Mas em vários

Para descobrir

Que apesar de amar tanto as palavras

Desses livros

Eu não preciso…

O que resta…?

Das promessas

Que te fiz

Em sentido único

E que por motivos que desconhecerei

Para sempre

Nunca subscreveste

Tal

Mergulhando os dois

Não na alegria que ambos amamos

Mas numa espécie de trevas…

O que resta afinal…?

Talvez eu afinal saiba responder

Porque olhando para trás

Reparo que quando estava na escuridão

Comigo

Juntos

Não te conseguia ver

Via apenas quando estavas onde te apetecia estar

Que nunca estavas

Quando realmente

Eu de ti precisava

E é assim

Que esta história

A que nunca colocarei

Um ponto final

(porque nunca o faço em relação a nada…)

Esta história

Mais do que um Ideal

Julgado por mim

Em tempos

Até há poucos idos

Se calhar

É muito menos do que isso

É

Algo

Que me amarga a boca

Algo

De banal

Porque quando necessitava

Realmente

Realmente

Nunca estavas

Ou soubeste estar comigo…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/11/2010
Código do texto: T2589784
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