Contagioso

No então um entretanto

O mundo gira e fica tonto

Mas continuo por enquanto

Em quanto é tempo entre tantos

Vivo contente com meus dentes

O meu sorriso que me destes

Contente de forma modesta

Pra não despertar a intenção funesta

No então teu encanto

O teu sorriso sem tamanho

Contagioso que só ele

Ai! Que lindo sorriso!

No então imprescindível

Você me dá o qu'eu preciso

Tanta alegria qu'eu mal consigo

Emendar um sorriso noutro

Nesse, naquele, noutro momento qualquer

Quando repousas tua fronte no travesseiro

Ou quando galopas leve e solta

Ou quando te escavo com sofreguidão

Sinto escorrer a seiva suculenta

De tua concha de algodão

Eu me lanço em ti sedento

Bebo o teu mar de água doce

Que mesmo se salgada fosse

Beberia de forma igual

Que sou desse mar

Não dá-me por mero navegante

Dá-me por povoar tua profundeza

E quando lavro tuas terras

Sentes minhas mãos duras da lida

Sentes meu suor regar-te

Absorve-me em tua fenda

Planto-te minha raiz

Daí sinto o odor da vida

Jorrando de mim e de ti

Enquanto lá fora

Alhures o mundo

Outrém algures

Não ama...

Tão somente por isso

O mundo tonteia

Não por girar

Tonteia por outrém

Não saber o que é amar...