Final de linha
No final da linha
Está a extremidade
Que penetra
O buraco da agulha
Depois que transpassa
Puxa-se o fio
Para alinhar
As duas pontas
Então, os dois finais
Enroscam-se em um nó
Que prende o frio metal
Que antes estava só
Perfura-se o pano
Para, num espanto
Costurar o vazio
Na beirada que transborda
Uma doce renda
Assim, fica tecido
Um sonho alimentado
Pelo gosto do beijo
Pela prova do sal na pele
Mas que, no fim da linha
Não foi arrematado
Então, descosturou!