Grinalda Cor de Rosa
Quero como quero minha infância
Sentir-me subaproveitado e temeroso
As coisas bonitas de plástico
Gritos e conflitos de festim
Cirandas de cores vivas e bobas
Quero o pano com cheiro de perfume
Aqueles sonhos do dia de hoje
Esperando a mesma volta ao fim do dia
Sempre quis crescer
Sair pelo quarteirão com mágoas rebeldes
E sempre voltar aos prantos
Colecionar roxos e cicatrizes
Com um sorriso no rosto
Pulando com uma febre que me amarra
Assim doce no retrato desbotado
A poeira que cobre o teu corpo nú
O vestidinho surrado que me deu no segundo encontro
E velho sapatinho de crochê que tua mãe fez
E que me deu
Quero-te assim
Não que não será triste
Mas quero me lembrar com meiga nostalgia
Arrepender-me apenas de não ter visto como foi bom