A MULHER MAIS BONITA QUE JÁ EU VI

Tu eras d'uma cor cravo/canela

Não eras?

Ou era eu que

Acabara de ler “Gabriela”?

Seja o poema do agora

Um retorno performático

Daquele verão entourido de enganos...

Tua pele morena pintada

Molho melado de cor cereja

Que nem fruta brasileira é

Como não o é a pêra

Dos teus quadris

Que um Niemeyer

Arquitetou em arco

Nem são nativas as suculentas limas

Enormes, redondas, erradias

De teus plásticos seios

que embicavam tão ácidos...

Pois eras canela sim...

Tosta vermelha acesa

Deusa meridional dos infernos

Aos olhos de um monge

Saído da adolescência...

Teresa...

Beleza atlante-tupiniquim

Como um sol deitando

No penhasco de Paraty

Olhado das ondas do barco...