Vestir de Adeus
Luli Coutinho
Houve um frio de orvalho no rosto
Nos dias que se passaram o agosto
Mal pude acreditar nas nuvens escuras
Na sorte oculta do sol, ausente as alturas
Esperei a nuvem branca do dia
Ah, como esperei!
Foram dias e dias que amargaria
Nem sei como a dor suportei
Sabia que tudo te lembraria
Os pingos da chuva na janela
Os arrulhos dos pássaros, a calmaria
Nas pequenas coisas, na quimera
Minha dor mostrou meu choro morno
E sem qualquer palavra fora o adeus
Tanto tempo! Distante dos mares densos
Não há mais frio de orvalho no rosto
Guardei teus olhos de amor
Mais nada restou dessa paixão de dor
Coração exangue, seco de desilusão
Tanto amor vestir-se de adeus?
19/10/10
São Paulo - SP
ÁLBUM "ALMA NA ARTE DA POESIA" -
9º TEMA: VESTIR DE ADEUS - OUTUBRO de 2010
GRUPO ALMA_ARTEPOESIA
www.lulicoutinho.com