CAIXA
Tenho uma caixa onde guardo segredos
tantos desejos e até oração
sem hora sem data sem tempo sem medos
catalogadas por ocasião.
As vezes remexo e reparo
tanta coisa coloco no centro
nunca soberba derrama ou vasa
e é tão profunda que não caibo dentro.
Velhos desejos
velhos bocejos
segredos de um coração
Uns que se foram
e o que se foi é passado
desgarrado do alcance da mão
E embora tudo voltado
não é como no passado
o instante era diferente
não somos daquela gente
que vive do outro lado
andando na superfície
sem ter se aprofundado.