Soneto (ao meu primeiro e único amor)
Tendes vós olhar oblíquo de jabuticaba madura
Vossos lábios são de doce mel da cana caiana
Vossas mãos pequeninas são de repleta brandura
Tendes vós abraço apertado que de vez nos engana
Coloque-me arreios para com qual vossa vontade
E sussurre em meus ouvidos palavras de sinceridade
De coxas e peito nus vejo vosso corpo no meu enroscado
Minha poesia ajuda-me a amar-lhe e faz-me encorajado
E nas tardes de domingo eu penso em vossa alma
E o resto da noite a vossa existência é o que me acalma
És a Santa mais bonita que eu velo no oratório
E nas noites de tormento alenta-me vossa ternura
Beija-me, pois vos mostrei boa porção de bravura
Foi minha musa nestes versos e fez-me talvez notório
(Eduardo Andrade)