A Noviça Raquel
Presa num convento ela só desejava sentir o vento
Vista como rebelde numa época nazista
Era apenas uma mulher a frente de seu tempo
Na mansão do viúvo capitão Von Trapp ela foi trabalhar
A jovem governanta tinha como missão dos sete filhos dele cuidar
Ao conhecê-lo percebeu que ele não era feliz
Morava num palácio mais não sabia o que era um lar
Todos viviam como se estivessem num regime militar
Com todo o luxo as crianças nunca diziam eu te amo nem podiam o pai abraçar
A noviça via a dor e questionava tentando o amor neles aflorar
Com as crianças aplicava a filosofia universal do amor
Aquela que funciona na Aústria ou em Batatais
Dó, Ré, Mi, são nas coisas simples que a felicidade se faz
Com seu violão,suas brincadeiras e sua alegria
Encheu a casa de felicidade e de harmonia
Mais pela aristocracia ele anunciou que com uma baronesa rica iria se casar
Bons sentimentos nunca fizeram de ninguém uma princesa e no jardim escondida ela foi chorar
Meu Deus por ele foi se apaixonar
Não sei em qual momento
Talvez durante uma dança ,num sorriso ou em um simples olhar
Já não se importava com o sereno frio que caia do céu
Em silêncio o capitão se sentou a seu lado e disse
Eu amo você Raquel
Delicadamente a beijou naquela escuridão sem fim
Você é importante para os meus filhos e é tudo para mim
Mais ela sabia que teria que ir embora
Com uma mala na mão , um violão e uma dor que o peito devora
Sete corações e quatorze olhos a chorar
Pelo caminho estreito ela partiu tentando para trás não olhar
Até que seu nome ouviu o rígido capitão incessantemente gritar
As crianças correndo em alvoroço vieram lhe abraçar
A neve dos montes foi a testemunha que viu de seus olhos lágrimas brotar
Aqueles eram seus filhos escolhidos pelo coração
Aquele era seu lar onde seria feliz e nunca mais sentiria solidão
Quando os olhos do capitão apaixonado cruzaram o seu olhar
Ela se viu de noiva como uma princesa num altar
Porque não existe nobreza maior nesse mundo
Do que enaltecer o amor no seio de um lar...