LEMBRANÇAS MELANCÓLICAS DA SOLIDÃO (PARTE XII)
Durante algum tempo avistei ao longe o Olimpo.
Via nos olhos de Afrodite a felicidade,
Não é à toa que é a deusa do amor...
Mas virava os olhos para não ver meu deus grego
Cobri-la de afetos, cerrá-la em suas cadeias,
Dar-lhe o doce vinho de seus lábios,
Queimá-la com seus olhos de fogo.
Ainda assim, sentia em mim queimar
O fogo de seu olhar.
A chama que me aquecia por dentro
Começou a esfriar.
O grande corcel negro do tempo
Cuida de todas as feridas,
Trata de apagar as mágoas,
Faz o mortal se esquecer...
Mas nem mesmo o veloz eqüino
Apagou de minha memória
As lembranças melancólicas de minha solidão.
Elas ficarão lá, gravadas, para sempre.