LEMBRANÇAS MELANCÓLICAS DA SOLIDÃO (PARTE XII)

Durante algum tempo avistei ao longe o Olimpo.

Via nos olhos de Afrodite a felicidade,

Não é à toa que é a deusa do amor...

Mas virava os olhos para não ver meu deus grego

Cobri-la de afetos, cerrá-la em suas cadeias,

Dar-lhe o doce vinho de seus lábios,

Queimá-la com seus olhos de fogo.

Ainda assim, sentia em mim queimar

O fogo de seu olhar.

A chama que me aquecia por dentro

Começou a esfriar.

O grande corcel negro do tempo

Cuida de todas as feridas,

Trata de apagar as mágoas,

Faz o mortal se esquecer...

Mas nem mesmo o veloz eqüino

Apagou de minha memória

As lembranças melancólicas de minha solidão.

Elas ficarão lá, gravadas, para sempre.

Débora Falcão
Enviado por Débora Falcão em 26/10/2010
Código do texto: T2580212
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