MARGARIDAS

Elas estavam lá.

Continuavam; agora mais, pude notá-las.

Floridas e exuberantes.

O vento, dizia em bom tom:

Deus me enviou.

Quer e eu obedeço,

Devo refrescá-las.

Preciso também acariciar aos passantes.

Todos temporários na carne.

Em sua majestade, me curvei...

Lindas,

Lindas como linda é a natureza.

Havia prédios,

Carros nas ruas, elas,

Silenciosas, enobreciam o lugar.

Eu deixei o meu mundo atrás.

Ao entrar no planeta natureza,

Encontrei-me novamente.

O infinito dizia-me azul.

As nuvens brancas,

Talvez procurando a quem abraçar,

Reforçavam o azul infinito.

Brancas não destoavam.

Aqui estou.

Por trás das grades no jardim cultivado

Arbustos verdes e viçosos,

Aos seus pés,

Grandes margaridas brancas,

Sobressaíam,

Sem o verde,

Seriam somente brancas margaridas.

Igual a tudo, de todos precisamos.

Olhando a janela,

O vento está junto.

Acaricia a cortina

Ela me abraça...

Lá fora,

As arvores,

Nas arvores as flores,

Nas flores, branca, rosa e cores mais.

Num lampejo de equilíbrio,

Saí de mim,

Olhando de dentro

Vivenciando fora,

Tantos corriam,

Poucos andavam.

Nas asas do vento,

Parti.

Amo a tudo.

Amo a todos.

Nem Deus eu sou...

Sou filho.