A menina de vermelho
Um homem de chapéu de palha
Uma menina de vermelho
Esperando o pai chegar
Uma mulher corpulenta dentro do carro
Avô e neta prozeavam:
Primeiro sobre a distância
O sítio e um pedacinho de modernidade.
Era bela!
Fiquei a fitá-la.
Vi suas curvas semidelineadas,
Seus cabelos vistosamente macios
Sem muitos cuidados, eu pude perceber.
Não precisava mais!
Chamativo era seu busto
E o espaço, quente.
Na lascívia da inspiração,
Pensei besteira.
Nítida semelhança de menina do interior:
Olhar disperso e meio inquieta.
Era linda na sua humildade,
Mas não era para mim!
Não com aquele rosto de criança,
Pedindo proteção!...
Eu precisava de alguém destemida,
Com sutileza nos gestos e firme nas conquistas.
Eu prefiro alguém que minta,
Que ouse e me faça correr riscos
Que pareça independente, mesmo não sendo
De olhos castanhos ou verdes!
Que use rosa,
Não vermelho!
(Poesia escrita provavelmente entre 2003 e 2004)