EFÊMEROS SONHOS...
Arianne Evans
Ao som dessa melodia, sinto minh'alma quebrantar - se
em emoções que já não queria mais sentir...
Suas notas parecem infiltrar - se em cada fibra do meu
cansado coração, de todo o meu ser e até do que não
quero ser, que me recuso a ser, novamente:
Uma mulher apaixonada e frágil que já não se sente
dona dos próprios pensamentos, porque mesmo que eu
não deseje, voltam - se para um alguém que, mesmo à
distância, consegue que minha respiração acelere e o
cansado coração pulse mais rápido...
De que adianta, se sinto na sua forma de agir, que nada
represento? De que me adiantam as belas palavras, poesias,
se de repente, atos e palavras se contradizem?
Lágrimas cálidas vão trilhando as linhas do meu rosto
triste, contraído, salgando meus lábios que um dia, sonhei
doces para oferecer - lhe meus beijos, suaves e ardentes,
e neles, sentir o gosto dos seus, macios e ávidos...
Sonhos que sonhei, que como a névoa diáfana do amanhecer,
se desfaz no momento em que o Sol desponta no horizonte...
Revolvo - me em lençóis que de tão frios, parecem
repelir meu corpo, instando - me a levantar...
Pela janela aberta, um luar intenso me envolve,
uma brisa fria me abraça e eu fico a imaginar
quão quentes devem ser os seus braços, aconchegante,
o seu corpo... Saudade, ah! Saudade de suas palavras
de amor, do carinho, da ternura que me fez sentir,
derrubando barreiras de medo, de preconceitos de
distância e do que mais houvesse, já que meu coração
tomara o lugar da razão por completo, cedendo à alegria
de me sentir amada e amando...
Sonhos... Cristais jaz estilhaçados, espalhados pelas
obscuras catacumbas da desilusão...
Flores de inebriantes perfumes, jazem desfolhadas,
jogadas ao inclemente Sol, pétalas ao sabor do vento, estioladas... Sonhos... Efêmeros sonhos...