A sua indolência implorei á casta sorte,
Que do pensamento não me fira a morte,
Se em dores sigo não me condene,
Deixe que me puna esta noite de amargura,
Flor do meu amor de pétalas inertes,
Consorte d'alma que definha imperiosa.
Nó corredio são meus sentimentos lúgubres,
Chicote furioso desta carne atrevida,
Lástima altiva em dissabores,
Vítima de meu próprio amor.
Em meu ânimo sangue vertido,
Cor escarlate do horizonte perdido.
Aninho-me ás sombras de minha loucura,
Sufocado pelo ar fúnebre de sua presença.
A sua ausência me dilacera lentamente,
Espasmos deprimentes em feroz castigo,
A sua indiferença me aflige todo,
Penando sem vontade de seguir.
Corrija-me em sua feminilidade,
Deixe que eu pereça em teus afetos,
Correção segura é o teu querer,
E o seu desprezar o açoite.

 
Sirlanio Jorge Dias Gomes
Enviado por Sirlanio Jorge Dias Gomes em 23/10/2010
Reeditado em 06/09/2018
Código do texto: T2574722
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