Purifica o meu amor, meu coração

Acabe,

a borra podre

Ainda encontrada nesse corpo sangrio

Gerado pelas noites turvas

Pelos vestidos viúvos, alheios

E que não eram meus

Purifica,

a exalação de meu corpo

derramado a debalde pela inocência

a uma saciação, vendido ao pecado

Deitado em leitos amargos, maculados

Por mim, a elas viciadas

Fujo,

Qual cordeiro ao meu aprisco

Onde minha pastora me acalentará

Saciado, mais adulterado

Sem pureza, o meu corpo geme

Choro,

Pela união de um corpo puro

Por cima de um débil e mesquinho

Minh’alma chora, desejosa de ações puras

Ao ver tuas curvaturas, escondidas em lençóis brancos

Contraste vil de meu corpo, vida e amor

Acabe e Purifica,

Pois fujo chorando aos teus braços pedindo perdão

Mesmos que meu leito, seja hoje um mero chão

Para um simples cão que ama seu dono

Com olhares penosos, pedindo perdão