A NOITE DA AMARGURA


A madrugada me encontrou dormindo,
lá num banco duro, de um caramanchão,
é muito certo, que não estava rindo,
e nem sonhava, com uma suave canção.

Com certeza, que para o céu não olhava
o pensamento estava em outra direção,
tantas estrelas, a minha lá não estava,
ficou deserto, o céu de meu coração.

Como se tivesse preso numa clausura,
gritando e implorando por sua mão,
foi aquela, minha noite da amargura,
que sonhando com ela, beijava o chão.

Nem percebi, quando amanheceu o dia,
pois a vida, continuava na escuridão,
como se um poeta, rasgasse uma poesia,
e um seresteiro, quebrasse seu violão.

Findou a noite, noite de um desprezado,
e eu ali, sentindo o gosto da solidão,
abrindo os olhos, vi ela a meu lado,
que chorava, implorando o meu perdão.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 21/10/2010
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