Girândola do bem querer...
Passao tempo e por mim perpassa toda a dor
De olhos vendados, transponho rios de solidão.
Nas mãos calejada, feridas que nunca sararão.
Segue o tempo circundante, errante e devorador.
Quanto perdemos da vida?Alheios, não percebemos?
E gira que gira o mundo, sacode e desacomoda.
Acorda-nos a própria sorte e nos coloca na roda,
Sacudidos e tontos, sem compasso, nos rendemos!
Na capoeira da história mister é ter ginga, leveza.
Olhar posto a toda volta, ater-se a tudo afinal.
É súbito e repentino saber, nada que foi, será igual.
No mover torto das águas, ondas quebram sem defesa.
Presente, apenas mudei de estrada, pus atalho no caminho.
O cata-vento persiste não para, só troca de direção.
Para o coração cansado, buscar-te é regra, condição.
Sigo firme, transponho pontes, sigo rumo ao teu carinho.
Não pense que parti, não deixarei o palco sem o ato final.
Neste enredo sou envolta por ti até que fechem as cortinas.
Bastidores, coxia seja qual for a cena é a mim que te destinas.
Na mira, na roda, tua seta me sangrou, mas estou viva, afinal.
Não vejo só despedida, estou atenta a cada instante,
Sei, é certa a partida, mas comigo longamente ficarás.
Rodará o carrossel dos tempos, e sempre tu tornarás.
Porque só tu serás centro, alvo, mesmo que de mim distante.