PORQUE TE ESPERAR

Porque te esperar, se a cada dia, a minha esperança se esvai com a solidão?

Se a cada momento sonho que entrará pela porta, e se jogará em meus braços, pedindo-me desculpas pelos teus deslizes.

Pelos erros que amarguraram quando estava ausente.

Porque te esperar, se o frio de minha alma, aquece somente quando a devaneio.

Os meus lábios sentem o calor dos teus, o meu corpo sente as tuas mãos deslizando lentamente.

E, cada anoitecer balbucio por você.

Porque te esperar, se até a melodia que fez parte de nossas vidas, hoje não representa mais nada.

Cada melodia, soa tristemente, e a alegria é consumida com a ilusão.

Ilusão que a cada dia tortura mais ainda o meu coração.

E o que mais gostávamos, hoje é apenas um vazio que ficou.

Um vazio não na cama, e sim na história de amor que tivemos.

Recordo do dia em que olhou para mim, e disse- me que iria partir, pois a tua alma necessitava de novas aventuras, novos horizontes, onde os teus olhares não alcançavam.

E no silêncio mais sepulcro partiu.

Levando consigo todos os meus sonhos, minhas fantasias, meus desejos.

Deixando- me apenas a esperança.

De que um dia, volte novamente para os meus braços.

Porque te esperar, se a cada mês, torna se mais tortuosos.

Deixando me cheio de vontades, de desejos imagináveis.

Das muralhas de encantos que criamos, hoje é apenas escombros.

Escombros de sonhos, de encantos, alegrias.

Foi apenas o que restou.

Para ficar me recordando quando sentir saudades.

Saudades que eternizaram no meu coração.

Porque te esperar, se a cada dia o meu sentimento envelhece, levando consigo a criança que existia em mim.

Porque te esperar ?

Sabendo que não voltarás.

Que a tua escolha não retrodeceria, e que todas as lágrimas deixadas não a trariam de volta.

Que cada telefonema dado, não significou nada.

E, agora todos os passos meus dados pela estrada desconhecida, serão insólitos.

Na esperança de que os meus olhos te encontrem.

Para que o meu corpo sinta novamente os teus abraços, e que a realidade não seja brusca.

E que o fim da esperança não morra.

Albatroz Solitário

19/10/2010

Albatroz Solitário
Enviado por Albatroz Solitário em 19/10/2010
Reeditado em 30/10/2013
Código do texto: T2565397
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