PINTANDO À BRISA UM OLHAR
Riscando à brisa um vago
Perde-se no sonho o artista
- Cria seus lávios!
Longa cabeleira toca-lhe
Em suspiros a bailar.
Vê, do luar, quão doce orvalho
Desprender o seu olhar...
Tal qual um lago adormecido
Tinge-lhe o sorriso.
Entrelaça os dedos aos cabelos
Separando-os em tranças
Lembra a trança, esboça um beijo
Palpita-lhe o peito...
- Coração em suor desmancha!
Carne morna cheirando à fruta
Pintura crua que a ilusão vivifica
Lábios contidos - tocar não se atreve!
E o delírio acorda nosso artista:
Nas mãos pincel...
No olhar Michele!
Clodoaldo Dias dos Reis