A MENINA COLECIONADORA DE SOLIDÃO

A Menina Colecionadora de Solidão

Ela contava horas das madrugadas

Sentia cada milímetro do vento frio

Segundos amigos e vazios

Olhar perdido na calmaria do rio

Admirava uma gota de chuva

Que escorria na vidraça

E como que encantada em sua bolha

Ela nem notava que a vida mesmo assim passa

Do jardim ela era a flor mais bonita

Dos carinhos era desejo de sentir

Das ondas do mar a única que agita

Rabiscava sonhos em um pequeno papel

Deixando registrado tudo que sentia

Num piscar de olhos ela deixava o sorriso se vencer

Pela tristeza que lhe acolhia

Ela teclava todos os medos do amor

Desejava apenas uma lágrima na tela do computador

Como fosse um aviso talvez

Um backup dos bons momentos

Ou uma nuvem que lhe acolhesse com encanto e maciez

Mas no peito ainda uma dor

Um vazio que não sabe explicar

Mas entre montanhas com o sol ela não vê o amor

Ou não quer deixar ele se aproximar

Acostumou com aquela rotina

Num sonho puro de menina

Deixar o vazio povoar seu coração

Era uma menina que me parecia triste

E adorava colecionar solidão.

By Everson Russo

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Everson Russo
Enviado por Everson Russo em 18/10/2010
Código do texto: T2563109
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