Princesa

Foi-se-me a Vida

e me restou doída

essa outra solidão,

esse outro senão.

Sina que se repete

com choro em falsete

nesse teatro burlesco

de horror dantesco.

Foi-se a Princesa,

foi-se a certeza

e revive a aspereza

dessa contra correnteza.

Como bíblica praga

eis que me esmaga

esse estar sozinho,

sem rumo, sem caminho.

Dirão que devo seguir,

como se eu tivesse aonde ir.

Dirão que devo ser forte,

como se eu tivesse outro norte.

E mais dirão... Finjo escutar.

Quem sabe se vão e poderei chorar.