Tarde Demais
I
Não sei como explicar,
No meu peito essas bastonadas,
Fazendo minha pele ficar lívida,
Quando em você estou a pensar.
Quando estou a pensar, perdido fico em bruma,
Procurando um abrigo, procuro uma gruna.
Só assim posso respirar
Com mais tranqüilidade,
Ficando mais fácil raciocinar,
Como também a morrer de saudade.
Porém eu consigo, tento me controlar
Para não te encher, me prejudicar.
II
O tempo é escasso,
Uma futura ternura,
Seria tão excelso,
Não podemos aproveitar.
O tempo é ingrato,
Não jogando em meu favor,
Causando-me imenso furor
Esse pária, esse parvo.
Mas a volta por cima irei dar,
Nesse momento irei relaxar.
III
Somos parecidos e muito
Como um cão, como um gato,
Você é uma crente
E eu um ímpio.
Mas se deus é um ser existente,
O que não posso negar, nem aceitar,
Somente duvidar,
Ele iria apreciar esse afeto.
No céu iremos entrar
Léus num eterno gozar.
IV
Esses carinhos que só você sabe fazer
Faz-me arrepiar todo,
A sensação é de cair de um rochedo,
Voando, eternamente, livre.
Eu já sou um pouco violento,
Em seu pequeno colo,
Um pequeno torcicolo,
É isso que eu gosto.
O que fazemos na cama?
Com certeza é uma pugna.