Onde?

A árvore, a manga,

a mulher, a canga

e por fim a miragem:

o Sol dourando a paisagem.

O abraço, o laço,

o lápis, o traço

e no meio um ramo de jasmim,

ou qualquer coisa assim.

Fez-se um querubim!

O beijo, o corpo,

a cama, o porto

e o velho anjo torto.

A ida, a vinda

e a vida na berlinda.

A lâmina, o fio da navalha

e a morte que se espalha.

Vias tranversas,

rotas adversas

e setas incertas

sob rôtas cobertas.

A chuva,

a curva

e a dúvida turva:

Qual Hades descer

para Euridice rever?

Onde andará Afrodite

e quem acredite

que a paixão persiste

e o querer insiste.

Onde?