À espera...
O temporal cai, mas na minha janela
Só há um forte vento gelado
O céu obviamente denso, enquanto questiono,
pra que?
A água é viva e minha janela lânguida
Desprovida de uma lembrança presa às saudades
Amadurecida e lúgubre, sem chance de bem querer
Dominada pela chuva, preservando pouco,
geométrica verdade...
Enquanto o mundo sonha ali preso
(sem grandes méritos, nem maiores novidades)
A mansidão ‘introspecta’ do quintal
Encontra-me na imagem omissa do teu rosto
molhado, cínico e carregado dessa
estranha alegria intensa,
Uma contra-mão que me resta à espera...
De ti.