Coração cigano que só quer amor!
As madeixas repousam satisfeitas,
Nela iniciam-se todas as receitas
Das imaginações febris tão férteis
Dos carinhos calados e inertes.
Os dedos curiosos furtivos bolem...
Sonoramente nossas bocas se consomem...
Em nossos corpos não há espaço pro ciúme;
Os desejos perversos elevam-se ao cume.
Sussurros e respirações tão ofegas;
Nossas pernas roçando-se tão sôfregas,
Roupas esvoaçadas pelas paredes
Genitálias procurando-se com tal sede.
A vida dá mais uma chance.
Aos corpos num real alcance.
Esquece-se o vil e o pecado;
Não há mais o certo ou o errado!
Descartamos os problemas lá fora
Não pensamos sequer em ir embora.
Já está amanhecendo um novo dia...
E ainda refazemos instantes de magia.
Longe daquele lugar, de volta a vida normal
Eu, vil e egoísta, idealizo planos sem igual
Os mais inocentes. Os mais profanos.
Blasfemo: “Meu coração é mesmo cigano!”.