LEMBRANÇAS MELANCÓLICAS DA SOLIDÃO (PARTE VI)
Ainda repousa em meus pensamentos
A figura magnífica da estátua grega,
Trabalhada e esculpida pelas mãos
Do Supremo Criador.
Mas a estátua tem vida própria,
Pés firmados como colunas coríntias
Do grande Império de César.
O mármore de sua pele brilha ao sol da tarde,
Cor do mais puro mel destilando dos favos.
A cela de seus braços demonstra a força,
A força de Zeus quando se fecham,
Quando enlaçam e prendem
Numa armadilha cruel e carinhosa.
Embebedar-se com o vinho, vermelho e doce,
Que brota da fonte graciosa e carmesim,
Adornada de finas pérolas enfileiradas,
É sentir a sensação de perdição,
Fechar os olhos e não sentir o chão,
Esquecer de mim mesma.
As duas fogueiras queimam em seu dourado,
Como uma fagulha no meio da floresta
Incendiando o que for encontrado.
Não é apenas deus grego, é homem de guerra,
Emanando a segurança de um defensor da terra.