LEMBRANÇAS MELANCÓLICAS DA SOLIDÃO (PARTE VI)

Ainda repousa em meus pensamentos

A figura magnífica da estátua grega,

Trabalhada e esculpida pelas mãos

Do Supremo Criador.

Mas a estátua tem vida própria,

Pés firmados como colunas coríntias

Do grande Império de César.

O mármore de sua pele brilha ao sol da tarde,

Cor do mais puro mel destilando dos favos.

A cela de seus braços demonstra a força,

A força de Zeus quando se fecham,

Quando enlaçam e prendem

Numa armadilha cruel e carinhosa.

Embebedar-se com o vinho, vermelho e doce,

Que brota da fonte graciosa e carmesim,

Adornada de finas pérolas enfileiradas,

É sentir a sensação de perdição,

Fechar os olhos e não sentir o chão,

Esquecer de mim mesma.

As duas fogueiras queimam em seu dourado,

Como uma fagulha no meio da floresta

Incendiando o que for encontrado.

Não é apenas deus grego, é homem de guerra,

Emanando a segurança de um defensor da terra.

Débora Falcão
Enviado por Débora Falcão em 15/10/2010
Código do texto: T2557184
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