LEMBRANÇAS MELANCÓLICAS DA SOLIDÃO (PARTE IV)

A suavidade do algodão, a quentura do fogo

Percorrem a epiderme, contraindo músculos

Num paradoxo estonteante, indescritível!

Loucura, razão, consciência, insanidade,

Movimento e paixão, som e silêncio

Na sombra verde do vale.

Dedos entrelaçados, cruzados esperando a sorte.

Mas se viesse a morte naquela mesma hora,

Com seu manto negro irresistível

E seu perfume sonolento de rosas vermelhas,

Seria a melhor hora para deixar o vale,

Ao som do farfalhar das folhas secas

Forrando a sombra verde,

Ao sabor do vinho tinto

Que se derramava em meus lábios,

Vindos da fonte graciosa e incansável

E ao calor de duas fogueiras

Que me olhavam inquietas, queimando...

Débora Falcão
Enviado por Débora Falcão em 15/10/2010
Código do texto: T2557169
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