LEMBRANÇAS MELANCÓLICAS DA SOLIDÃO (PARTE IV)
A suavidade do algodão, a quentura do fogo
Percorrem a epiderme, contraindo músculos
Num paradoxo estonteante, indescritível!
Loucura, razão, consciência, insanidade,
Movimento e paixão, som e silêncio
Na sombra verde do vale.
Dedos entrelaçados, cruzados esperando a sorte.
Mas se viesse a morte naquela mesma hora,
Com seu manto negro irresistível
E seu perfume sonolento de rosas vermelhas,
Seria a melhor hora para deixar o vale,
Ao som do farfalhar das folhas secas
Forrando a sombra verde,
Ao sabor do vinho tinto
Que se derramava em meus lábios,
Vindos da fonte graciosa e incansável
E ao calor de duas fogueiras
Que me olhavam inquietas, queimando...