Os Jardins de Shakespeare

Os Jardins de Shakespeare

Prelúdio:

A Lua entorpecida

Pela beleza do anjos

Que brindavam seus cálices de alegria,

Debrussavam-se em seus sonhos,

e Desprendiam-se de tuas dores.

>Entra o primeiro personagem:

     OBERON — Nesse mesmo instante pude ver, o que a ti fora impossível, como Cupido, in­tei­ra­men­te armado, se atirava entre a terra e a lua fria. A mira havia posto numa bela vestal que o trono tinha no ocidente; com energia e decisão dispara do arco a flecha amorosa, parecendo que cem mil corações ferir quisesse. No entanto eu pude ver a ardente flecha do menino esfriar-se sob a influência da aquosa lua e de seus castos raios, con­ti­nu­an­do a imperial sacerdotisa seu virginal passeio, in­tei­ra­men­te livre de pen­sa­men­tos amorosos. Vi bem o ponto em que caiu a flecha do travesso Cupido: uma florzinha do ocidente, antes branca como leite, agora purpurina, da ferida que do amor lhe proveio. "Amor ardente" é o nome que lhe dão as raparigas. Vai bus­car-me essa flor; já de uma feita te mostrei essa planta. Se deitarmos um pouco de seu suco sobre as pálpebras de homem ou de mulher entregue ao sono, ficará lou­ca­men­te apaixonado por quem primeiro vir, quando desperto. Vai buscar-me essa planta; mas retorna antes de duas léguas no mar vasto nadar o leviatã.

As dores Mortais consomem os Deuses,

Pobres criaturas tão parecidas conosco,

Brindam nos céus sua glória,

Mas seus coração,

aprisionam no mais profundo foço.

Ato II:

A Oração de amor de Lisandro:

    LISANDRO — Amém; eis como encerro essa oração. Sem teu amor, me pare o coração. (Afasta-se.) Eis meu leito; que o sono te acalente.

.O amor engana,entorpece…ama,

Transforma a dor em pranto, o silêncio em riso.

O amor trai e atrai o espirito mais forte,

Eis que diante da morte, o único alento é o sabor do mesmo.

A amada que permanece na lembrança,

Embala o sono eterno como á uma criança,

não á em todo mundo ou céu

Uma herança mais honrosa que o amor.

Ato III:

O feitiço de Titânia:

 TITÂNIA — Não ponhas noutra parte o coração; no bosque ficarás, queiras ou não. Um espírito eu sou, de voz sincera; verão perene em meu país impera, e amor te voto. Por tudo isso, vem; silfos belos vais ter, como eu, também, que jóias te trarão do mar profundo, e te farão dormir sempre jucundo. Da mortal grosseria vou livrar-te e em espírito aéreo transformar-te. Traça! Mostarda! Flor-de-Ervilha! Teia!

não se pode manipular um amor,

Os venenos que tentam tornar o amor falho,

tendem a falhar…

nem os anjos ou deuses,

tem tal poder sobre suas criações e conspirações,

tendem a serem enganados por suas próprias verdades.

Jamais se achareis maior que si próprio,

pois tua vingança contra ti mesmo,

é o mais cruel dos venenos.

A Conclusão:

Eis diante das belas frases suspiradas pelo vento,

O amor mítico que tornou humano,

Nem as guerras, nem as armas, ou o silêncio,

tiveram tal êxito em entende-lo, vencê-lo ou expilcá-lo.

Como uma rosa que nascer em terreno infértio

e brilho diante do distante sol dos quatro cantos.

O amor fecundou no pranto,

da incerteza do ser sobre sua doença,

a mais bela das penitências,

O medo de seu próprio corpo.

A eloquencia da sua sanidade

No jardim belo da confusa piramides dos teus sonhos,

Onde esconde-te de tuas limitações,

Deleita-se com tuas mais intimas fantasias.

Buscando no fragmento abstatro da tua existência

A mais simples definição…comprenção

desta chama oculta,que consome teus olhos em chamas,

que brinca com teu corpo em ardor.

Procura-te em ti, que encontraras o amor,

mas ele nunca te pertencerá,

e mesmo o conhecendo, a ti, sempre será um estranho.