LEMBRANÇAS MELANCÓLICAS DA SOLIDÃO (PARTE II)
Tudo se apagou.
Não vi mais nada, escuridão total.
O chão me faltou.
Caí livremente para o nada.
O céu se fechou.
Nada além de escuridão.
Que sensação!
Perdição! Salvação!
Não havia solidão, não mais.
Os braços fortes me enlaçaram,
Me seguraram, me amorteceram.
Começava a enxergar um pouco de luz
No meio de tantas trevas.
O calor me aquecia
No meio da fria escuridão.
Senti o meu coração bater mais forte.
Agarrei-me àquela coluna de proteção,
Àquele tronco no meio do mar,
Com toda a força de meus braços.
Fui arrancada daquela queda tempestuosa
E os meus pés firmados.
Minha mão segura, meu espírito calmo
Na quentura daqueles olhos,
Da cor do fogo, que senti arder em meu peito.