CACOS
CACOS
Sem ressonância no corpo e na alma,
Sem inspiração e sem emoção,
Em pleno tédio, sem vontade de vida,
E o coração como ladrilhos caídos ao chão,
Tira-me a sensação de minguar outro dia.
Meus olhos se prolongam numa direção,
Chegam às nuvens, busca o sol, uma estrela,
Busca a lua e se encerra no espaço oco.
Circunda a terra e vê um monte de vazio:
Flores sem brilho, árvores sem danças,
Mar sem músicas, gaivotas sem peixe,
Estradas sem barulhos, igrejas sem sinos.
Os meus olhos estão machucados de nada ver.
O meu coração se inflama nas lágrimas caídas.
Nesta inércia do tempo,
Sem sentido de vida,
Estou me bloqueando a ela.
Sua demora em vir para mim,
Está arrebatando a minha crença no amor.
Sem você, não encontro o sentido da alegria:
O esteio, o suporte, a respiração era você.
E, tudo se quebrou:
Os cacos aguardam a sua volta
Para serem recompostos...
Benjamines