CACOS

CACOS

Sem ressonância no corpo e na alma,

Sem inspiração e sem emoção,

Em pleno tédio, sem vontade de vida,

E o coração como ladrilhos caídos ao chão,

Tira-me a sensação de minguar outro dia.

Meus olhos se prolongam numa direção,

Chegam às nuvens, busca o sol, uma estrela,

Busca a lua e se encerra no espaço oco.

Circunda a terra e vê um monte de vazio:

Flores sem brilho, árvores sem danças,

Mar sem músicas, gaivotas sem peixe,

Estradas sem barulhos, igrejas sem sinos.

Os meus olhos estão machucados de nada ver.

O meu coração se inflama nas lágrimas caídas.

Nesta inércia do tempo,

Sem sentido de vida,

Estou me bloqueando a ela.

Sua demora em vir para mim,

Está arrebatando a minha crença no amor.

Sem você, não encontro o sentido da alegria:

O esteio, o suporte, a respiração era você.

E, tudo se quebrou:

Os cacos aguardam a sua volta

Para serem recompostos...

Benjamines

Benjamines
Enviado por Benjamines em 13/10/2010
Código do texto: T2554373