Memória
Quando a vida se lembra da gente
A gente esquece de todas as faltas
E alça o vôo nas altitudes mais altas
Que permitem o que se sente
Quando a vida não esquece
De lembrar da gente...
É isto quando a vida nos lembra
De esquecer tudo o que nos leve ao acordar
Dos sonhos
Porque, quando se deita a esperança
Levantam-se os acordes do eterno silêncio.
O vento não mais é o ar em movimento...
As pulgas morrem parasitando anêmicos...
As bocas se interditam aos beijos...
Os braços se cruzam ao trabalho do abraço...
Os passos não vencem o espaço...
Morre a luz antes dos olhos
Acabam-se as cordas dos relógios...
Os mares invadem os barcos
E fecham-se os portos.
Então, nos restamos brancos
No tom da “Minâncora”...
Faces da última cena
Do mais trágico Kabuki...