Memória

Quando a vida se lembra da gente

A gente esquece de todas as faltas

E alça o vôo nas altitudes mais altas

Que permitem o que se sente

Quando a vida não esquece

De lembrar da gente...

É isto quando a vida nos lembra

De esquecer tudo o que nos leve ao acordar

Dos sonhos

Porque, quando se deita a esperança

Levantam-se os acordes do eterno silêncio.

O vento não mais é o ar em movimento...

As pulgas morrem parasitando anêmicos...

As bocas se interditam aos beijos...

Os braços se cruzam ao trabalho do abraço...

Os passos não vencem o espaço...

Morre a luz antes dos olhos

Acabam-se as cordas dos relógios...

Os mares invadem os barcos

E fecham-se os portos.

Então, nos restamos brancos

No tom da “Minâncora”...

Faces da última cena

Do mais trágico Kabuki...

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 12/10/2010
Código do texto: T2553009
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