CAVALHEIRO DA ALVORADA

A última estrela o firmamento deixava e ela o chamava.

Vinha montada no vento.

Ele tivera uma noite insone.

Estava de mãos vazias.

A noite lhe esvaziara por completo.

Ou não?

A rosa que o chamara o extasiava.

Não era uma rosa?

Era uma margarida?

Uma mulher dolorida?

Mas ela trazia sonhos com ela.

Trazia mais que sonhos.

Trazia a fantasia que jamais perderia.

A vida de tão nobre cavalheiro ela conseguiria mudar?

O que esta flor-mulher poderia lhe significar?

Só o tempo diria.

O tempo tem o dom de ir transformando tudo.

Cavalheiro. Muita coisa mudou. Mas ela não perdeu a doçura.

Nem a alma pura.

Depois de tudo que passou ela melhorou.

A suavidade dos primeiros anos recuperou.

A alma leve de menina mais alegre ficou.

Cavalheiro, tantos anos se passaram desde que ela o chamou...

Tantos...

Sua vida se transformou?

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 03/10/2006
Reeditado em 01/04/2011
Código do texto: T255251
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