CAVALHEIRO DA ALVORADA
A última estrela o firmamento deixava e ela o chamava.
Vinha montada no vento.
Ele tivera uma noite insone.
Estava de mãos vazias.
A noite lhe esvaziara por completo.
Ou não?
A rosa que o chamara o extasiava.
Não era uma rosa?
Era uma margarida?
Uma mulher dolorida?
Mas ela trazia sonhos com ela.
Trazia mais que sonhos.
Trazia a fantasia que jamais perderia.
A vida de tão nobre cavalheiro ela conseguiria mudar?
O que esta flor-mulher poderia lhe significar?
Só o tempo diria.
O tempo tem o dom de ir transformando tudo.
Cavalheiro. Muita coisa mudou. Mas ela não perdeu a doçura.
Nem a alma pura.
Depois de tudo que passou ela melhorou.
A suavidade dos primeiros anos recuperou.
A alma leve de menina mais alegre ficou.
Cavalheiro, tantos anos se passaram desde que ela o chamou...
Tantos...
Sua vida se transformou?