Quem dera os teus lábios noviços

 

Rejuvenescessem-me os anos morridos!

 

Quem dera cessar meu choro

 

Ao tragar o néctar em teus beijos.

 

Ah! Se pudesse arder-me

 

Em teus seios em brasa!

 

E no ímpeto da minha loucura

 

Ser forjado ao teu ponto,

 

Quisera em teu colo de fada...

 

Recostar meu rosto cadavérico!


Sentir o calor do teu corpo

 

Na fúnebre geleira da minha alma,

 

E então dissolver-me num cálice sombrio...

 

E pelas frestas do teu sorriso

 

Penetrar as entranhas do teu ser imaculado!

 

Uma vez no avesso da tua existência

 

Crestar-me ao sol do teu paraíso...

 

Contar as estrelas em teu universo

 

E vagar no rarefeito dos teus espaços vazios.

 

E após gozar o egoísmo de que sou feito,

 

Voltar de ti numa explosão de prazer...

 

Navegar nas lágrimas dos teus olhos,

 

Respirar teus sussurros e gemidos...

 

Embrenhar-me nas trevas das tuas madeixas

E então roubar-lhe um pouco do brilho de lua.

 

Quem sabe a morte me chegue primeiro,

 

Ou talvez a poesia me tome por versos...

 

E me tenha por flecha,

 

Por cupido vagabundo,

 

Já que sou feito de paixão

 

Da luxúria de mil amores!

Teodoro Poeta
Enviado por Teodoro Poeta em 10/10/2010
Código do texto: T2548434
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