O amor da primavera e o sol

A jovem primavera aborrecida

Com a chuva que teimava em cair

E molhar o tecido fino de seu vestido

Desistiu de sair.

A jovem primavera deixou de sorrir

Tirou o vestido molhado, largou em um canto

Em sua nudez florescente sentiu frio

Flores ensaiavam sorrir, mas que calafrio!

E a chuva obstinada em chorar chovendo

Inundou o jardim, os canteiros, a terra

E a doce e jovem primavera

Suspirou seu sonho de sorrir era quimera!

Nua em flores, desabrochando, adormecida

A jovem primavera suspirava

Em seu sonho morto de sorrir,

Lá fora a triste chuva fugia, vencida.

O sol se aproximou dourando o mundo

Se levantou e majestoso acordou

A primavera de seu sonho tedioso

Com ela se casou e deste amor tão profundo

Nasceram tantas flores, de tantas cores

Que se espalharam pelo mundo

Enfeitando, perfumando com seus odores

Os sonhos de artistas, poetas e pintores.

O sol, a primavera e a história de seus amores

Nas vozes dos trovadores em seus louvores

Ultrapassaram os tempos e em novas cores

Curaram, cicatrizaram feridas e dores.

A jovem primavera suspirou pelo sol

Tão belo e forte um dia iria se por

A jovem primavera não se imaginava inda sem cor

Em seu coração ainda ardia a chama do amor.