SÓ VEJO AMOR
Não há mais nada ao meu redor, subitamente o mundo desapareceu
O meu passado me esqueceu, o meu presente não quer avançar
O vento não consegue mais soprar, o sol não lembra que nasceu
O ocaso ignora a hora em que feneceu, o fim é o mesmo que recomeçar!
O pranto fez uma aliança com o sorriso, o aviso virou arma da surpresa
Toda feiura se tornou beleza, toda sandice converteu-se em lucidez
Só vejo sobriedade na embriaguez, avisto lucro na pobreza
Não há absolutos na certeza, não há loucura na estupidez!
Subitamente não contemplo mesmo o que me é possível avistar
Eu não estou onde meu corpo está, eu não percebo o real
A morte já não é fatal, A vida não resume um despertar
O que há na frente não virá, o que é ruim não me fez mal!
Desfaçam os critérios que sustentam todas as ciências
Desacreditem das mais fortes evidências e digam sim ao que não for
O insípido achou sabor, o incolor encheu-se de luminescências
Tudo mais são meras aparências - real e vivo só o meu amor!
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