Vento e deserto

Tua alma de deserto

Silenciosa, faminta e hábil

Queimando-se em arrepios

ágeis e ardis…

Eu sou o vento sibilando

Em tuas fogueiras, atiçando teus lobos.

Arremessando no ar, palavras que ninguém

Ousou te dizer.

Noites disformes, um preto-breu

Salpicadas de estrelas reluzentes,

Fazendo-nos sentir unos, únicos:

Vento e deserto

Gozo e sorte

Luz e vultos

A quietude escandalosa dessa perfeição.

Em nada invejamos a natureza

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 07/10/2010
Código do texto: T2543087
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