Vento e deserto
Tua alma de deserto
Silenciosa, faminta e hábil
Queimando-se em arrepios
ágeis e ardis…
Eu sou o vento sibilando
Em tuas fogueiras, atiçando teus lobos.
Arremessando no ar, palavras que ninguém
Ousou te dizer.
Noites disformes, um preto-breu
Salpicadas de estrelas reluzentes,
Fazendo-nos sentir unos, únicos:
Vento e deserto
Gozo e sorte
Luz e vultos
A quietude escandalosa dessa perfeição.
Em nada invejamos a natureza