Incessantes perguntas
E se eu não for nada do que eu digo?
E se eu disser só para parecer que sou especial?
E se eu for mesmo especial , mas não pelo que eu digo?
E o que eu digo , de que importa..
E se eu dispensar todos os seus olhares nulos em mim?
E vier a sentir falta de não entender o mistério dos teus olhos
E se o mistério dos teus olhos , for não ter mistérios?
E se você se esquecer de me olhar do seu jeito , peculiar ?
Onde irei te achar? Onde?
Doces desgostos
Amarga clemência
O que fenece todos os dias? Eu em você , ou você em mim?
Como fenece o que eu não sei se chegou a existir?
E se você superar a dor que não chegou a sentir?
Me diz , e se não esperarmos mais nada um do outro?
Qual o motivo dessa lastimosa estagnação
Não sabemos medir o tempo
Não sabemos medir o medo
Estamos na contramão de todos os tempos , de todos os medos
De todos os caminhos .
É que nós decidimos o nosso próprio pecado
O nosso pecado , não chega nem a ser um
É inerente essa maneira estranha de depender-nos
Decidimos nos soltar
E de repente nos vimos livres voando paralelamente
E assim , ficou , até hoje .