Incessantes perguntas

E se eu não for nada do que eu digo?

E se eu disser só para parecer que sou especial?

E se eu for mesmo especial , mas não pelo que eu digo?

E o que eu digo , de que importa..

E se eu dispensar todos os seus olhares nulos em mim?

E vier a sentir falta de não entender o mistério dos teus olhos

E se o mistério dos teus olhos , for não ter mistérios?

E se você se esquecer de me olhar do seu jeito , peculiar ?

Onde irei te achar? Onde?

Doces desgostos

Amarga clemência

O que fenece todos os dias? Eu em você , ou você em mim?

Como fenece o que eu não sei se chegou a existir?

E se você superar a dor que não chegou a sentir?

Me diz , e se não esperarmos mais nada um do outro?

Qual o motivo dessa lastimosa estagnação

Não sabemos medir o tempo

Não sabemos medir o medo

Estamos na contramão de todos os tempos , de todos os medos

De todos os caminhos .

É que nós decidimos o nosso próprio pecado

O nosso pecado , não chega nem a ser um

É inerente essa maneira estranha de depender-nos

Decidimos nos soltar

E de repente nos vimos livres voando paralelamente

E assim , ficou , até hoje .

Lucy Anne
Enviado por Lucy Anne em 06/10/2010
Reeditado em 25/11/2010
Código do texto: T2542043