Pobre de mim que te amo.
Na beira d'água, olhando a nau que sumia,
enquanto a solidão era o que me consumia,
fui o silêncio da meditação, dentro da minha calmaria.
O mar, sábio amigo, despertou-me com seu barulho de motor,
tirando-me de um devaneio que quase me afogava,
como um pequeno cálice de amor.
Na escuridão procurei tua luz, não achei
e ali, sentado, calado, nada mais me importava.
Com sua brisa o oceano me mandou um recado,
ele sabe que não nasci ontem,
e que conquistar-te não fui capaz,
sabe que sou um homem chorando pela mesma mulher
e sabe que já não sou mais um rapaz.