E SE EU ME PERTENCESSE?

Bem menos tudo quanto sou, seguramente eu seria

Porquanto me teria, em detrimento de uma perda em meio ao ganho

Normal ainda que estranho, qual morto mesmo enquanto viveria

Seria a posse que não me queria e nem veria seu minúsculo tamanho!

Séria óbvio e comum por sob as sombras que alumiam os mortais

Provável menos desnutrido do algo mais, destino incerto da certeza

A fome saciada em pobre mesa, a sina plebe sem ardis e bons sinais

A seca folha em meio aos vendavais, a crise em plena correnteza!

Se em meu poder me detivesse e em mim coubesse meu limite

Atenderia ao convite da luz que enamora a escuridão

Seria escravo da pior libertação, platéia do que ora não me assiste

Seria o fato que nem mesmo existe, seria a lógica desnuda da razão!

Porque me tendo certamente sobraria o destino de ser eu

E o que não tenho não seria meu, e a eternidade até teria fim

Mas eu prefiro ser assim: o brilho que se esconde no sorriso teu

Prefiro o que meu próprio ser jamais me deu - prefiro ser teu ser em mim!

****************************************************

Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

www.reinaldoribeiro.net

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 06/10/2010
Reeditado em 09/06/2012
Código do texto: T2541314
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.