versos breves
O meu amor já não me basta e preenche
E não me basta por não conhecê-lo a forma
O meu amor que em não-amor já me transforma
De um transformar maior que a vida consente
O amor que desconheço não me serve no que desconheço
Porque se nada há conhecido hei de perder-me em meu coração
E por não aceitar-me, em tolice em mim me amanheço
E me despeço de tudo sendo em tudo somente razão!
O amor que não conheço não me basta e repreendo
Por sortear-me as rimas, a vida, o amor, o enredo...
O amor que me conhece e por conhecer-me eu não entendo
Que só não basta o não conheço e dimensiono meu segredo!
Por sortear-me as rimas que construo em tais versos coroados
Versos falecidos que nem mais criam neste amor inútil
Útil amor para afogar-me a vida em beleza fútil
Que só amor me basta na vida pra preencher-me os dias apagados!