LOBO FAMINTO
eu a despi
feito um lobo faminto,
sem a paciência
dos devotos,
com contundência
de um peregrino,
você ousou
olhar em minhas pupilas
(estavam dilatadas as minhas pupilas)
e leu
naquelas labaredas esverdeadas...
seu nome
Heloisa
seu nome
quebramos então juntos
o frasco de um perfume raro,
preenchemos
cada espaço do quarto
com o cheiro flagrante
do sexo explicito,
amarramos
nossos braços e pernas,
encaixamos
nossas histórias pregressas,
de um modo que ninguém
mais poderia desatar.