O Amor e O Nilo
Rio dos egípcios...
Tão imponente quanto generoso...
Sua história foi matéria
Das minhas primeiras lições de História...
Quando criança,
Não entendia todo seu status...
Não sabia o que era seu delta
Nem suas tão aguardadas cheias estivais...
Inundação era para mim, então,
Sinônimo de estrago
Que trazia infelicidade e desolação...
Mas o professor falava em dádiva
Depois que suas águas retornavam
Ao nível da normalidade...
Discorria sobre a benção da fertilidade
Que impulsionava a vida
Das civilizações que habitavam suas margens...
Com o tempo compreendi seu valor
E fundamental importância
Para as terras desérticas que são seu fluxo...
E foi exatamente você,
Em seu mister contínuo,
Que me veio à mente
Quando o amor voltou a derramar alegria em mim...
O solo do meu sentimento
Havia tanto tempo que se tornara estéril,
Rachado pela secura escaldante
De não adorar...
É quando o amor chega,
Disfarçado de mulher pacífica,
Transbordando em todas as direções
Do terreno do meu Ser
Doce energia...
A ternura dela faz florear minhas emoções
E deixa em mim,
Quando ela suave se escoa,
Um limo perfumado que impregna
E se faz sentir sempre que sua lembrança me vem...
Por isso o amor é meu Nilo
E ela é riqueza que vem de suas águas
Para fecundar minha vida
De carinho e delicadeza...