A HORA GRANDE

A HORA GRANDE

Minh’alma não se degrada

Não há líquido que faça derreter

Transforma-se, não enferruja

Descasca-se, enruga

Brilha metalizada

Quando a água vem e vem

Regendo orquestras

Do que pulsa, do que resgata

Há cheiro dócil da terra

Cio da carne, amor pleno

ciclos e suas ogivas

Estelar azulada, púrpura

Corre veia, veio, rio

entremeio de refrões

Dorme minha alma branca

à hora grande, até a chegada

Do outro ponteiro

da meia-noite

do meio-dia

Expurga sentidos

Lágrimas das mágoas

Mesmo ferro

Mesmo massa

Mesmo sangue

Não enferruja

Porque saliva

O Divino vinho

Cíntia Thomé

Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 02/10/2010
Código do texto: T2533975
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