DEFESA
Estou diante de um tribunal
Que me julga impiedosamente
Sendo julgada por um crime passional
No severo tribunal da minha mente.
O juiz é a minha consciência.
Os jurados, deveres e razões.
O crime, agir com inconseqüência
Não sabendo controlar as emoções.
Dedos em riste apontados para mim
Condenando-me como se não entendessem
Que eu não agi por mal, não sou ruim
Eu não matei para que outros sofressem.
Matei apenas pra poder sobreviver
Não é crime defender a própria vida
Não é pecado matar pra não morrer
Por isto, não é justo eu ser punida
Eu matei um desejo reprimido
Por me sentir por ele sufocada
E se depois eu guardei não foi por medo
Foi pra não ver outras pessoas magoadas
Eu fiz apenas o que mais queria
O meu crime foi cheio de pureza
Se eu não fosse dele, morreria
Julguem-me! Eu já fiz minha defesa.